Está se tornando cada vez mais comum entre os catequistas o uso da palavra "mistagogia". Frequentemente escutamos falar que todo catequista é também um "mistagogo" e que a nossa catequese tem uma dimensão "mistagógica.
Essas palavras estão ligadas à idéia de "mistica" e de "mistério", de uso corrente na espiritualidade cristã.
A palavra mistério vem do grego mystérion, que quer dizer todo o plano da salvação que o Pai realiza, especialmente na pessoa de Jesus Cristo. Esse projeto de salvação, foi se revelando aos poucos na história do povo de Deus e até hoje continua seguindo o tempo e o ritmo de cada pessoa para se revelar e ser compreendido.
Por Mistica podemos entender o tempero que dá sabor e sustento a tudo aquilo que pensa, sente e faz o cristão. Falar de mística é falar do sentido da existência, é falar da experiência amorosa de Deus. Enfim, é falar da experiência fundante do cristão: "aquele que deixa-se ser amado por Deus, fonte de todo amor que nos amou por primeiro".
É o próprio Jesus que nos ensina o Coração do Pai, isto é, o amor do Pai. Por isso mesmo, a mistagogia nos conduz para a experiência pessoal com Jesus e com o seu projeto de amor e salvação. É em Jesus que vamos aprendendo a ser um pouco mais de Deus a cada dia.
Quando a Igreja afirma que o catequista é um MISTAGOGO, ela está querendo dizer que sua principal missão é conduzir as pessoas para dentro do mistério de Deus, levá-las ao conhecimento de Jesus, ou melhor, levá-las a fazer experiência com Jesus - que nos revela o Pai em todo o seu ser, pois quem o vê, vê o Pai (cf. Jo 12,45).
Enquanto mistagogo, o catequista é chamado a fazer a mesma experiência que fizeram os discípulos:
- ir até Jesus;
- permanecer com Ele;
- deixar-se educar por suas palavras e atitudes;
- encantar-se com a proposta do reino por Ele inaugurado;
- viver a alegria de participar de sua intimidade e do seu caminho
A consciência de ser Mistagogo, faz com que o catequista aprofunde sua missão dentro da Igreja, da sociedade, da família, etc; pois passa a compreender que sua missão de catequista, não se reduz à transmissão de conhecimentos e doutrinas a respeito de Jesus, mas, vai muito além disso: seu ministério o vincula à pessoa de Jesus de tal maneira, que ele passa a falar do que vive, do que experimenta, dos segredos que Deus revela aos simples e humildes de coração (cf. Mt 11,25).
"Que eu seja testemunha no mundo daquilo que pode o amor de Deus!" (Pe. E. Montemurro)
(Adaptação do texto de Pe. Vanildo - Revista Ecoando)
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